segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Reencontro


Não havia dúvidas de que eles tinham vivido para aquele momento, e já não existiam dúvidas ou medo (e se existia, a coragem se sobrepunha a ele), o fato é que eles estavam ali para aquele reencontro, estavam se esperando, braços abertos e um sorriso no rosto, que dia maravilhoso, não eram duas pessoas se vendo novamente, eram duas almas se reconhecendo uma na outra. Muitas foram as vezes que pensaram em desistir, tentativas frustradas pois sempre retornavam ao ponto de partida, escala zero e do zero começavam, ali naquela esquina um começo se formava, chega de vírgulas, é ponto final, capítulo encerrado. Eis que uma nova história começava a ser escrita ali mesmo, passo por passo e olhos nos olhos, a certeza latente dentro daqueles corações, a ousadia de tentar mais uma vez, ela olhava o sorriso dele, aquele mesmo que ela nunca havia esquecido, embora tenha se passado algum tempo, ali estava o mesmo olhar cúmplice,  o mesmo carinho e sim, ainda era o mesmo sentimento.
Finalmente era a hora de fazer acontecer, concluir a história que havia sido interrompida, era a hora de arrumar a casa, desfazer as malas, desatar os nós, os abraços pareciam não ter fim, seria um sonho? Não mais, realmente estava acontecendo, estava escrito, tinha que ser, destino? Teimosia? Ao invés de uma resposta ela escolheu a afirmação de Caio Fernando Abreu: "Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluídos, por mais fortes que sejam, consigam destruir um amor bonito, limpo"

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Além


Tudo que está após essa aparência que eu tenho, aquilo implícito que disfarço sorrindo e que não podes ver por trás desta felicidade que finjo ser minha, tu não notas no cheiro que tenho, ou no modo como me movo, pois nada disso é capaz de dizer o que está além dessa carcaça. E sei que tu passas por mim e me olhas de canto, julgando-me por tudo, eu te olho de volta sabendo que não posso te impedir e nem dizer a que duras penas cheguei até aqui.
Mas toda palavra que te dou e todo som que escuto ou livro que leio também não servem para consolar nem a mim ou a ti, assim sei, que não fazes mal por me julgar, pois também já te julguei, mas somos o que somos, com nossos sonhos guardados, pensamentos secretos e um certo ar de arrependimento pelo que não fizemos, apenas somos.